O autômato acorda cedo. É metódico. Registra todo o conhecimento, sem questionar o pensamento. Refuta qualquer aproximação que possa desvirtuá-lo. Há um objetivo a ser trilhado: se manter no trilho.
O autômato vence fases. O jogo é subir de pavimento. De provimento que possa retroalimentá-lo. Escreve teses para outros autômatos, que marcharão perfeitamente alinhados. Automaticamente, repetem: “Esta é a cadeia do pensamento”.
O autômato se insere em qualquer meio burocrático. É corporativo e sistemático. A emoção é só um comprimido. E, depois, quem sabe, um apartamento.
O autômato não ri. O riso é sinal de fraqueza. Quando lhe escapa além do comedido, vai à oficina que repara as mentes. Aos dentes, um só direito: se encaixar aos de outras engrenagens.
O autômato é proficiente. Seduz e copula à exaustão. Pensarão: “É quente”! Quanta ingenuidade… Só o faz pela espécie.
O autômato encerra o dia: tem, pra si, que foi suficiente. E se desliga no interruptor mais próximo.
Muitíssimo sagaz.
CurtirCurtir
Grato, Mailton, pela leitura e pelo prestigioso comentário.
CurtirCurtir