é a falta e a lacuna quem cria
(Paul Valéry)
é para agasalhar ausências que teço este poema
fantasmas não dormem
anseios me esperam
o que urge além do lábio e da palavra
é o mesmo que me trinca o esmalte dos dentes
vindo da lacuna que ocorre no rastro do voo
de cada pássaro que ousei ser
neste não sentir talhado nos ossos
feito rios secos a riscar-me a pele
álveos calcinados
onde escorrem congeladas
a doçura e a tortura
de vozes e olhares idos ou perseguidos
dentro de um pretérito que me bate à cara
ou em um porvir que se me escancara
é para agasalhar ausências que teço este poema
de vazios e de abstinências
e me permito à lagrima
tanto quanto ao riso
(Celso Mendes)
Um poeta de primeira grandeza! Deleitei-me nesse mergulhar profundo.
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Maravilha de poema!!
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Muito lisonjeado pela presença de todos e pelas leituras. Abraços a todos!
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Sim, ausências são inspiradoras: aqui mais uma prova!
Sentido e assimilado.
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Muito bom mesmo!
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Muito bom! Adorei! 🙂
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Meu Deus! Esplendoroso…parabéns poeta! Aplausos..compartilho.
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Show, bicho. Tu és
um grande poeta!
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Belíssimo! Tua palavra esculpe imagens com maestria. Beijos
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Amei! Agora vou ler de novo. É impossível resistir.
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